O notável aparecimento de loteamentos em Botucatu exige a criação de um Plano Urbanístico capaz de proporcionar autonomia aos novos bairros. Essa é a tese que venho defendendo para tentar consolidar um crescimento organizado e planejado para a Cidade.
Esta questão foi tema do requerimento nº 1211/2011. Entre os preceitos desse Plano Urbanístico está a descentralização comercial do Município. Exemplifico a questão apontando o caso da Vila dos Lavradores [conhecida como "Bairro"] – região na qual seus moradores não precisam se dirigir ao Centro da Cidade para realizarem compras, pagamento de contas, acesso aos equipamentos públicos, trabalho, entre outros serviços restritos à região central.
Essa estrutura proporciona uma série de benefícios à população, entre eles a não exigência de veículos para deslocamento que, por consequência, contribui para o Meio Ambiente. Essa perspectiva de planejamento urbano é o início de um círculo virtuoso de melhoria na qualidade de vida da população.
Tenho estimulado o debate sobre a necessidade de criação de um Plano Urbanístico para Botucatu, especificamente no caso dos novos loteamentos oriundos do “Programa Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal – os Residenciais Santa Maria I e o Maria Luiza, este último ainda em construção e que contará com cerca de 800 novas residências.
Na somatória habitacional resultante dos referidos residenciais e bairros adjacentes serão cerca de 7 mil botucatuenses. Os munícipes terão de se deslocar ao Centro da Cidade para qualquer atividade cotidiana. Um possível aumento demasiado na demanda do Posto de Saúde da região e a falta de vagas em creches e escolas também me preocupam.
Dentro dessa perspectiva, defendo que um urbanismo harmônico e planejado deve contemplar três pilares: habitação, trabalho e lazer. Esse é o modo mais correto e moderno para organizar a cidade, de forma que cada região seja independente. O caso dos residenciais Santa Maria I e Maria Luiza, essa discussão já está atrasada. No prazo de, no máximo, seis meses os novos moradores já ocuparão suas casas, sem equipamentos públicos suficientes e estrutura comercial que proporcione independência ao bairro em relação ao Centro da Cidade. Em razão desta perpectiva, sugeri uma área existente entre os loteamentos para implantação desse espaço com esta concepção através da criação de um Plano Urbanístico Misto que preveja a instituição de bolsões de prestação de serviços urbanos, sociais, comércio e lazer em cada novo loteamento de Botucatu. Temos que acelerar este processo para reverter futuros prejuízos na organização urbana e consequentemente na qualidade de vida dos cidadãos.